Aditivos, corantes, conservantes e realçadores de sabor
ADITIVOS
Um sorvete sabor napolitano tem mais de 20 ingredientes, poucos dele traduzíveis pelo conceito de “comida”, e você pode procurar qualquer vestígio de morango naquela massa rosa que o máximo que você vai encontrar é corante e aromatizante. E aí você pensa: “Bom, se eu tiver que evitar corantes, conservantes e afins, não vai sobrar nada pra comer!” E é exatamente aí que está a questão.
Estamos expostos a quantidades absurdas de aditivos químicos no nosso dia-adia. Nossa dieta é repleta de alimentos ultraprocessados, ou seja, tudo cuja a fabricação envolve muitas etapas e técnicas de processamento, além de ingredientes diversos como sal, açúcar, gorduras e componentes de uso exclusivamente industrial. De acordo com o documento sobre o tema lançado pelo Ministério da Saúde em 2014, os exemplos desses componentes são: “proteínas de soja e do leite, extratos de carne, substâncias obtidas com o processamento de óleos, gorduras, carboidratos e proteínas, bem como substâncias sintetizadas em laboratório a partir de alimentos e de outras fontes como petróleo e carvão”.
REALÇADOR DE SABOR E ADOÇANTE
O realçador de sabor glutamato monossódico, presente em infinitos produtos industrializados, como salgadinhos de pacote e embutidos em geral, além de anestesiar o paladar e criar uma especie de vício, é uma substância neurotóxica. O consumo elevado deste aditivo está correlacionado a patologias como depressão, epilepsia e esquizofrenia, além de afetar a memória, concentração, cognição, habilidades motoras. E seus efeitos são piores nas crianças, que ainda não tem uma barreira de proteção no cérebro totalmente formada.
Não posso deixar de falar dos adoçantes, que já são consumidos por muitas crianças hoje em dia, na tentativa de melhorar a alimentação. O aspartame, por exemplo, é formado por fenilanina, ácido aspártico e metanol. Os dois primeiros componentes parecem inocentes, né? Mas eles causam uma superestimulação no sistema nervoso central, provocando um desiquilíbrio nas células cerebrais (que, demasiadamente exitadas, podem ser destruídas). Além disso, produzem um aumento na produção de radicais livres, substâncias oxidantes. Juntando o fato de que uma forma de fazer com que os radicais livres não danifiquem as células sadias do corpo é o consumo de alimentos como legumes, verduras e frutas (que são antioxidantes), vê-se que o refrigerante zero de seu filho não está ajudando, mas atrapalhando bastante. Altos níveis de fenilanina tem efetito neurotóxico, provocando sintomas como depressão, ataques de ansiedade, alterações de humor, enxaquecas, convulsões… Super light, não?
CONSERVANTE E CORANTE
Benzoato de Sódio (E211) é um conservante muito usado em refrigerantes, recheios de biscoitos, doces, molhos para salada, etc. Estudos recentes, incluindo uma pesquisa com alta abrangência e muito critério publicada na The Lancet, uma das mais importantes publicações científicas da área médica, comprovaram a reação adversa deste aditivo sobre o comportamento hiperativo nas crianças estudadas, de 3 e 8/9 anos. O corante rosa eritrosina, encontrado na maioria das guloseimas que são distribuídas a rodo para a molecada, está associado à mudança de comportamento em crianças desde 1982. Antes ainda, em estudo de 1969 já foi demonstrada sua interferência na função da tireóide, dados confirmados em novo estudo de 1990. Em 2012 um novo trabalho descreve o corante como “inibidor de enzimas e responsável por interações entre proteínas, mostrando-se tóxico para a glândula pituitária e para a espermogênese”.
Outro corantes, o amarelo crepúsculo (E110) e tatrazina (E102), substâncias derivadas do PETRÓLEO presente em quase todos os industrializados de cor amarela, vermelha ou laranja, também tem uma ficha criminal extensa. São altamente alergênicos, podendo provocar desde uma simples urticária até asma e anafilaxia. Muitas evidencias sugerem haver uma sensibilização cruzada da tartrazina com o ‘acido acetilsalicílico, e devido a estudos sobre sua relação com o desenvolvimento de câncer, seu uso está proibido nos Estados Unidos desde 1976, por medida de segurança.
4 entre as 10 coisas que mais matam no mundo são doenças crônicas relacionadas à alimentação: doenças coronarianas (35% dos casos de morte no Brasil), diabetes, AVC e câncer. A gente se preocupa com tantas coisas que são menos prováveis de acontecer e que não temos o menor controle, como acidentes de avião, quedas, doenças com pouca incidência, mas aquilo que é estatisticamente mais provável e que está ao nosso alcance a gente, às vezes, deixa passar.